Teolatria

No Teolatria você encontra diversos estudos bíblicos em slides (power point) para baixar, além de muitas pregações, sermões expositivos, textuais, temáticos em mp3, dos pregadores da IMVC - Vilhena/RO: Pr. Cleilson, Pb. João, Pb. Alex, Pb. Wesllen Ferreira, irmã Clair Ivete e pregadores convidados.

sexta-feira, 26 de abril de 2024

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0340 - O QUE SÃO AS BÊNÇÃOS PARA O ÍMPIO

 


Tu certamente os pões em lugares escorregadios e os fazes cair na destruição” (Sl 73.18).


Uma das grandes inquietudes dos servos de Deus de todos os tempos é: por que os ímpios prosperam, enquanto os que servem a Deus passam por enormes dificuldades? Esse foi um dilema não só deste salmista que compôs o Salmo 73, mas também de Jó (Jó 21) e Jeremias (Jr 12) e, certamente de inúmeros outros servos de Deus ao longo da história humana. Ainda hoje ouvimos muito desse questionamento entre os fiéis cristãos.

Os salmos são cânticos, orações, lamentos, celebrações e ações de graças que muitos servos de Deus fizeram, expressando abertamente seus corações naquelas letras, que se identificam com cada um dos cristãos de todas as épocas. Já foi dito que, enquanto o restante da Bíblia é Deus falando com a gente, os salmos mostram a gente falando com Deus.  E, de fato, isto é verdade. Com os salmos aprendemos a orar, a agradecer, a exaltar, enfim, a expor nosso coração com suas alegrias ou tristezas diante de Deus.

Ninguém melhor que o salmista Asafe para colocar esse questionamento de forma completa como aqui neste salmo. Seu questionamento não era diferente de muitos servos de Deus de todos os tempos. Ele confessa que quase abandonou a Deus ao ver esse disparate em sua frente: o fiel sofrendo e o ímpio prosperando (v. 2)! Do v. 4-12, ele descreve a vida aparentemente tranquila e abençoada do ímpio. Enquanto prospera, vive afastado de Deus e ainda arrisca a blasfemar dEle!

Mas quando Asafe olha pelas lentes de Deus, ele percebe que as coisas não são assim tão fáceis. Ele diz que Deus os coloca em lugares escorregadios. Deus mesmo os faz cair na destruição! Ele está dizendo que a prosperidade do ímpio é como um tobogã para o inferno! Já que o ímpio não vai dar glória a Deus mesmo por nada, então suas bênçãos terrenas nada mais são do que uma anestesia para que ele continue esquecido de Deus até que seja condenado. Não é o caso do crente. Quanto aos justos, Asafe diz: “Todavia, estou sempre contigo, tu me seguras pela minha mão direita. Tu me guias com o teu conselho e depois me recebes na glória” (v. 23,24).

Sim, Deus nos priva de alguns presentes para que nossas mãos fiquem um pouco livres a fim de que Ele nos segure. Ele nos dá conselhos de sabedoria em Sua Palavra para depois nos receber em Sua glória! Não é melhor assim? Não é melhor do que ter as mãos cheias aqui na terra e isto nos fazer esquecer de Deus, roubar Sua glória e depois escorregarmos para a perdição eterna?

Quem tem Deus como herança, estará seguro, ainda que sua carne e seu coração desfaleçam (v. 26). Ainda que sejamos privados de muitas benesses terrenas, ainda que vejamos muitos ímpios prosperando, nada pode suplantar nosso amor que temos pelo nosso Deus. Como Asafe, podemos repetir o v. 25: “Quem mais tenho eu no céu? Não há outro em quem eu me compraza na terra”!

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

quarta-feira, 24 de abril de 2024

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0339 - SEMENTES DE OFERTAS

 


E isto afirmo: aquele que semeia pouco, pouco também ceifará; e o que semeia com fartura com abundância também ceifará” (2Co 9.7).


Talvez nunca tenha existido na história da igreja, salvo na Idade Média, uma época em que a igreja fosse tão avarenta e interesseira nos bens das pessoas como em nossos dias. A ganância de muitos falsos pastores e falsos profetas tem levado milhares de pessoas a tomarem uma decisão tão erradamente oposta quanto essa, isto é, a fecharem suas mãos para a contribuição no reino de Deus.

A decepção com o uso ilícito das contribuições fez com que a maioria parasse de contribuir. Isso é tão errado quanto o mau uso referido. Geralmente isso acontece em todas as outras áreas. No desejo de combater um erro sobre certa doutrina, as pessoas passam a negar a doutrina. Não posso combater a falsificação das notas de 50 reais eliminando a existência da nota de 50 reais. Mas é assim que tem acontecido na igreja. Verdadeiras doutrinas têm sido eliminadas porque há falsos pregadores ensinando errado sobre elas.

O que a Bíblia diz, todavia, não pode ser invalidado pelo mau uso que fazem do que ela diz. Paulo ensina que a oferta é como uma semente. Esse é o contexto de 2Co 9. Ele fala sobre ofertas. E aqui ele diz que se você semeia pouco, sua colheita também será pouca, de acordo com o que você semeou. E não vem ao caso o que seja essa colheita. Ela será pouca por causa da mesquinhez na hora de semear.

Mas pelos próximos versículos, entendemos que Deus nos faz colher não só na área material, como também nas demais áreas da nossa vida. Paulo diz: “Deus pode fazer-vos abundar em toda graça, a fim de que, tendo sempre, em tudo, ampla suficiência, superabundeis em toda boa obra... Ora, aquele que dá semente ao que semeia e pão para alimento também suprirá e aumentará a vossa sementeira e multiplicará os frutos da vossa justiça, enriquecendo-vos, em tudo, para toda generosidade, a qual faz que, por nosso intermédio, sejam tributadas graças a Deus” (v. 8,10,11). “Ampla suficiência” quer dizer que Deus fará com que você sempre tenha. “Superabundar em toda boa obra” significa que você sempre usará seus recursos para a boa obra de Deus e assim por diante. O v. 12 diz que as contribuições suprem as necessidades dos santos e também fazem o nome de Deus ser glorificado.

O que seria semear pouco? O que seria semear em abundância? É a liberalidade do coração. Não é a quantidade e sim a alegria. Há pessoas que ofertam pouco e ainda assim têm o coração preso. Outras ofertam em grande quantia, mas com o coração preso também; já outras ofertam pouco com grande alegria e outras ainda ofertam grandes quantidades com o coração alegre! Quais são as que estão semeando muito? Obviamente as que têm o coração alegre quando ofertam, não importando a quantia entregue.

Finalmente, as ofertas têm em vista a imitação do Filho de Deus que a Si mesmo Se entregou em oferta por nós a Deus! Não houve limitações, houve entrega. Não houve imposição e sim voluntariedade. Se é assim que são nossas ofertas, então não precisaremos retê-las por causa dos malandros da fé. Saberemos onde aplicá-las para que graças se rendam ao nosso Deus (v. 12).

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

terça-feira, 23 de abril de 2024

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0338 - DIGA-ME COM QUEM ANDAS

 


Disse Eliseu: Tão certo como vive o SENHOR dos Exércitos, em cuja presença estou, se eu não respeitasse a presença de Josafá, rei de Judá, não te daria atenção, nem te contemplaria” (2Re 3.14).


Há um ditado antigo que diz: “Diga-me com quem andas e te direi quem és”. Geralmente esse provérbio é usado contra pessoas boas que andam com gente ruim. Como se quisesse dizer que seria melhor não andar com tal pessoa, caso queira mesmo ser bem visto pelos outros. No entanto, esse provérbio também pode ser visto de forma contrária, por exemplo: os outros poderiam julgar bem uma pessoa ruim que anda com gente boa. Como se dissessem para a pessoa ruim: “Que bom que você anda com fulano, pois ele é uma boa pessoa”.

Foi o que aconteceu com Jorão, rei de Israel, filho do rei Acabe. Ele era mau aos olhos do Senhor, andando nos pecados de Jeroboão rei de Israel (vs. 2,3). Enquanto seu pai era vivo, os moabitas lhe pagavam tributo (v. 4), mas morrendo Acabe, os moabitas se revoltaram e Jorão tentou sufocar essa revolta convidando Josafá, rei de Judá para auxiliá-lo nessa guerra contra os moabitas. Josafá aceitou o convite de Jorão, rei de Israel (v. 7).

Mas como escolheram o caminho do deserto para fazer essa investida, ficaram uma semana com escassez de água, pelo que Jorão achou que Deus estaria contra eles nessa guerra (vs. 9,10). Josafá então pergunta se não havia ali algum profeta de Deus para consultar a vontade do Senhor. Eliseu era profeta naquela época. Quando ele vê o rei Jorão, logo o profeta lhe dá uma má resposta: “Que tenho eu contigo? Vai aos profetas de teu pai e aos profetas de tua mãe” (v. 13), ou seja, consulte os profetas de Baal.

Mas quando Eliseu vê ali Josafá, rei de Judá, então ele diz que atenderia o rei de Israel por causa do rei de Judá, que era temente a Deus. Isto é, o rei mau foi beneficiado pelo rei bom! Jorão recebeu não só a palavra de Deus por meio do profeta Eliseu, por causa da presença do bom rei Josafá, como também recebeu o milagre da água no deserto para abastecê-los, sem que houvesse uma gota de chuva e, além disso, ainda obteve vitória sobre os moabitas!

Assim também aconteceu conosco. Quando Cristo esteve entre nós, ele “era desprezado e o mais rejeitado entre os homens... era desprezado, e dele não fizemos caso... nós o reputávamos por aflito, ferido de Deus e oprimido” (Is 53.3,4). Quem olhasse para Cristo diria: “Ele é mau porque anda com gente ruim”... Mas Ele não Se importou. Como Josafá, Ele aceitou que dissessem isso dEle, para que, quando olhassem para nós, dissessem: “Eles são gente boa porque andam com Quem é bom”.

E mais que isso: nós recebemos o suprimento da água da vida, a vitória sobre nossos inimigos, mas o melhor de tudo: assim como Deus falou por meio de Eliseu a Jorão, por causa de Josafá, Deus fala conosco hoje por meio de Sua Palavra, por causa de Jesus Cristo, Seu amado Filho!

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

segunda-feira, 22 de abril de 2024

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0337 - O VINHO E O ESPÍRITO

 


E não vos embriagueis com vinho, no qual há dissolução, mas enchei-vos do Espírito” (Ef 5.18).


No meio cristão há um debate sobre a questão da bebida alcoólica. As pessoas perguntam se pode beber, se a Bíblia permite ingerir bebidas alcoólicas ou se há proibição dessa prática. Alguns sugerem que a proibição é apenas de se embriagar, dizendo que é somente isso que é pecado, mas que se você beber moderadamente não há pecado algum nisso; outros dizem que a Bíblia ordena a abstenção total e assim por diante.

Há também debates intensos sobre como era o vinho nos tempos bíblicos. Alguns dizem que havia adição de álcool, outros alegam que o vinho fermentava por si só, alguns dizem que não era proibido beber o vinho puro, mas sim o fermentado ou alcoolizado, ainda outros dizem que o vinho fermentado ou alcoolizado era também ingerido pelas pessoas daquela época, inclusive Jesus... no fim das contas, em geral funciona assim: quem gosta de beber, defende que não há proibição; quem não bebe, alega que a Bíblia é abstêmia por completo.

O que é de se estranhar é que essa discussão no meio dos crentes não envolve tanto a segunda parte do versículo como a primeira! As discussões giram em torno do vinho e não do Espírito! As pessoas quase brigam sobre a interpretação da primeira parte, mas quase não se ouve falar da segunda... O vinho e a embriaguez estão sempre presentes nos assuntos sobre o tema, mas ser cheio do Espírito é algo sobre o que não se diz muito...

Paulo diz que no vinho há devassidão, dissolução, excesso, extravagância. Ele não diz que a dissolução está na embriaguez, mas no vinho. A palavra grega para dissolução é curiosa: asōtia. Literalmente, quer dizer “não salvar”. Claro que não está falando da salvação em Cristo, mas se refere a “não poupar, não guardar, ser extravagante, desregrado, dissoluto”. O crente não deve gastar seus recursos para buscar alegria em supostos estimulantes de serotonina, mas devem-se satisfazer em Cristo e nEle serem felizes plenamente!

Quando Paulo diz para sermos cheios do Espírito, na verdade ele diz que devemos nos encher no Espírito. Assim está no grego. Não é com o Espírito ou do Espírito. Você pode encher uma xícara de ou com a água da chaleira, mas para encher a xícara na água, você precisa colocá-la dentro da chaleira! É isso que o apóstolo quer dizer. O crente deve ser cheio no Espírito! Ele deve estar mergulhado no Espírito! Não é uma questão de quanto temos do Espírito, mas de quanto o Espírito tem de nós!

Talvez a pergunta certa não seja se a Bíblia aceita crentes que bebem vinho, mas se a Bíblia aceita crentes vazios do Espírito de Deus. Uma sugestão que fica para os crentes é a seguinte: encha-se no Espírito e então, apenas quando estiver plenamente cheio nEle, veja qual será seu interesse pela bebida.

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0336 - DEUS JULGARÁ OS POVOS COM JUSTIÇA!

 


Vi ainda debaixo do sol que no lugar do juízo reinava a maldade e no lugar da justiça, maldade ainda. Então, disse comigo: Deus julgará o justo e o perverso; pois há tempo para todo propósito e para toda obra. Disse ainda comigo: é por causa dos filhos dos homens, para que Deus os prove, e eles vejam que são em si mesmos como os animais” (Ec 3.16-18).


O livro de Eclesiastes é um relato de Salomão das coisas ao modo como ele enxergava todas elas, a partir de sua experiência como homem, rei, hedonista, rico e sábio. Porém, todas estas coisas são vistas “debaixo do sol”. Em poucas partes do livro, Salomão relata uma verdade “acima do sol”, a maior parte de suas observações é do ponto de vista humano e pior, pessimista.

Salomão foi rei de Israel, o mais pomposo deles. Todo o domínio e governo de Israel estavam em suas mãos e, mesmo assim, ele ainda via maldade no lugar do juízo e da justiça! Ainda que no início de seu reinado, sabemos que ele julgou de modo extremamente sábio, como no caso de duas mulheres prostitutas que brigavam por um filho que havia sobrevivido entre dois. Não sabemos como foram os demais julgamentos que houveram durante seus 40 anos de reinado. Sabemos, sim, que no final de seu governo, seu juízo já não estava mais sendo orientado pela sabedoria inicial, pois as mulheres com quem casou, perverteram seu coração (1Re 11.4-8).

O texto de Reis não diz abertamente, mas Salomão deve ter sacrificado alguma criança aos deuses Quemos e Moloque, aos quais ele levantou altares para agradar suas esposas moabitas e amonitas (1Re 4.7). Se não sacrificou, pelo menos deve ter aprovado que elas assim o fizessem! Se Eclesiastes é o livro que mostra sua autodecepção, então Salomão deve realmente ter-se arrependido e reconhecido a “vaidade” (ou futilidade) de tudo que ele possuiu e voltou-se para o Senhor, que deve tê-lo perdoado.

Não só nos dias de Salomão, mas em todas as épocas da humanidade, a maldade sempre reinou no lugar do juízo. Nossa sociedade é marcada por escândalos, casos de corrupção, suborno, injustiça e deboche com os governados. O cidadão comum chega a desistir de recorrer a algum tribunal para requerer seus direitos legais, pois a burocracia se mistura à injustiça de tal modo, que o sujeito prefere sofrer a injustiça do dano a ter que sofrer a injustiça da assim chamada justiça!

Salomão chega à conclusão que Deus julgará a todos, o justo e o perverso. Esta conclusão é correta, bem como a outra conclusão que ele chega: Deus permite isso para provar para os filhos dos homens que eles são como animais! Sim, esta conclusão também é certa, porque o homem sem Cristo é brutalmente inclinado e desviado para o mal!

Paulo diz que “não levou Deus em conta os tempos da ignorância; agora, porém, notifica aos homens que todos, em toda parte, se arrependam; porquanto estabeleceu um dia em que há de julgar o mundo com justiça, por meio de um varão que destinou e acreditou diante de todos, ressuscitando-o dentre os mortos” (At 17.30,31). Seu julgamento não é como o dos homens, cheio de maldade, mas justo e santo. Ele julgará os povos com justiça e equidade!

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

sábado, 20 de abril de 2024

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0335 - AS OBRAS DE DEUS MANIFESTAS PELO MAL

 


Caminhando Jesus, viu um homem cego de nascença. E os seus discípulos perguntaram: Mestre, quem pecou, este ou seus pais, para que nascesse cego? Respondeu Jesus: Nem ele pecou, nem seus pais; mas foi para que se manifestem nele as obras de Deus” (Jo 9.1-3).


O ser humano sempre quis resposta para tudo, inclusive para aquilo que não está ao seu alcance. Para isso se lançam teorias, pressupostos e hipóteses, a fim de tentar buscar uma resposta aos anseios que mais lhe incomodam. Não foi diferente com a questão do mal e do pecado, bem como suas consequências funestas que sobrevieram a todos os homens e aqui neste episódio temos um exemplo disso.

Sendo a primeira vez que o NT narra uma doença que acompanha o indivíduo desde seu nascimento, torna-se visível que os discípulos sabiam muita coisa a respeito daquele homem. Mas a pergunta dos discípulos a Jesus sobre o estado daquele cego indicava a perturbação que havia na mente dos discípulos e também de muitos judeus naquela época e até hoje perturba a mente de muitas pessoas. Por que ele nasceu cego? Por que o mal lhe atingiu?

Pressupondo saber das coisas, os discípulos já quiseram ajudar Jesus a responder: “Quem pecou, este ou seus pais?” Na realidade, os judeus da época de Jesus acreditavam na preexistência da alma, que elas já existiam no 7º céu, esperando o momento de ingressarem em um corpo. O autor do livro de Sabedoria diz: “Eu era um jovem de boas qualidades e tive a sorte de ter uma boa alma” (Sb 8.19). Por isso pensavam na possibilidade deste cego ter pecado em alma, ainda antes de ter vindo nascer.

A outra hipótese era que seus pais haviam pecado e passado essa doença para o filho. O salmista pedia a Deus no Salmo 109.14 que o pecado do ímpio subsistisse em Sua memória, inclusive o de seus pais. Este era o conceito dos amigos de Jó. Para eles, o patriarca sofria aquelas mazelas por algum pecado e estava sendo punido por Deus. Ainda hoje, há muitas versões desta mesma teoria. Qualquer mal que acontece na vida das pessoas, logo se atribui a pecado cometido.

Mas a resposta de Jesus é para que as obras de Deus se manifestem. No fim das contas, todas as coisas devem glorificar a Deus, sejam as boas, sejam as ruins. No caso daquele cego, ele nasceu assim para que naquele dia se encontrasse com Jesus e lhe fosse restaurada a luz da visão. Assim, Jesus ensinaria sobre as obras de Deus. As obras de Deus devem ser feitas de dia, disse Jesus e não à noite (v. 4). Espiritualmente falando, isto significa que as obras de Deus são para que os homens saiam da escuridão do pecado e vejam a Cristo e, crendo nEle, tenham a vida eterna. Por isso aquele homem nasceu cego, para servir de exemplo de como as obras de Deus funcionam.

Nossos pecados foram punidos em Jesus, portanto, nenhum mal que nos acontece é por punição dos pecados, mas sim para que as obras de Deus sejam manifestas. E elas são manifestas para que sejamos levados à imagem do Filho de Deus, sejam elas boas ou ruins (aos nossos olhos), elas nos levarão à semelhança de Cristo.

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

quinta-feira, 18 de abril de 2024

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0334 - BOIS NOVOS E O JUGO DO EXPERIENTE

 


Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração; e achareis descanso para a vossa alma” (Mt 11.29).


Quando Jesus pronunciou estas palavras, parece evidente que Ele falava de modo comparativo a bois que trabalham puxando arado. O jugo é o mesmo que uma canga, uma peça de madeira ou ferro, que vai sobre o pescoço do animal, prendendo-o ao arado ou carroça. Geralmente se usava mais de um boi, mas sempre com um experiente. O boi novo teria que ficar preso ao outro que já estava acostumado ao trabalho, para que aprendesse também a trabalhar.

Geralmente o boi novo é mais afoito, querendo se ver livre do jugo, dá pinote, quer apressar o passo, mas tudo isso lhe machuca e ele se vê obrigado a andar nos passos do boi experiente! Até que ele se ajuste ao ideal do que o dono quer, ele sofre bastante, mas é limitado pela canga que está atrelada ao pescoço do animal mais velho.

Ao usar essa ilustração, Jesus está querendo nos ensinar sobre nossa natureza – ela é brava, selvagem e arrogante. Somos precipitados e afoitos, queremos as coisas ao nosso modo, queremos dizer a Deus como Ele tem que resolver nossos pedidos, como se Ele precisasse de conselheiros! Claro que tudo isso nos machuca. Grande parte das nossas feridas e dores vem por causa da nossa teimosia e obstinação. Até que aprendamos a andar nos passos de Jesus, já teremos sofrido o suficiente para nos amansar.

Os teólogos antigos sempre viram Jesus na figura dos quatro seres viventes de Ap 4.7, relacionando-os aos quatro Evangelhos.  O primeiro, com rosto de leão, eles diziam que era a forma como Jesus era apresentado no Evangelho de Mateus, como leão, como Rei; o segundo, com rosto de boi, era como Marcos apresentava Jesus, como Servo; o rosto de homem era interpretado como Lucas mostrava Jesus, em Sua humanidade; e o rosto de águia era Jesus no Evangelho de João, como Filho de Deus. Embora não seja isso que Ap 4.7 significa, mas a ilustração é boa.

Certo é que os discípulos de Cristo devem andar em Seus passos. Jesus Se fez servo realmente, quando se tornou homem (Fp 2.7), submeteu-Se sem reservas à vontade de Deus (Jo 6.38) e carregou o jugo da obediência irrestrita, por meio da qual padeceu por nós (Hb 5.8). Assim devemos ser cada um de nós. Não adianta espernear, gritar, achar que determinamos algo a Deus, não adianta esbravejar, dar ouvidos a essa natureza de boi bravo, atropelando as coisas. Isso só vai nos machucar. Devemos seguir os passos do Servo experiente! Se andarmos nos passos de Jesus, sob Seu jugo, o que vai acontecer conosco não é que iremos nos cansar e fatigar. Ele disse que acharemos “descanso para a nossa alma”, pois o jugo dEle é suave e Seu fardo é leve (v. 30).

É assim, quem anda com Jesus, debaixo do jugo dEle, aprende a ser manso, a ser humilde, mas não se machucará, não se fatigará na jornada. Ao contrário, achará aquilo que mais desesperadamente todo homem procura: descanso para sua alma!

Día tes písteos.

Pr. Cleilson